FORMAÇÕES

terça-feira, 29 de maio de 2012

"Há um movimento empenhado em destruir o cristianismo"

O Monsenhor Claudio Sanahua esteve na Escola da Fé com o Prof. Felipe Aquino no dia 24 de maio e falou sobre o cristianismo e seus desafios na contemporaneidade.



O monsenhor também é colaborador do Conselho Pontifício pela Vida e, em 2011, recebeu do Papa Bento XVI o título de Capelão de Sua Santidade. De acordo com o sacerdote, uma das grandes preocupações da Igreja hoje são os constantes ataques ao cristianismo, buscando esvaziar as pregações, as crenças religiosas e os dogmas da religião, em especial do catolicismo.

"Há um movimento empenhado em destruir o cristianismo. A Organização das Nações Unidas (ONU) fala claramente dessas religiões dogmáticas e principalmente da católica, dizendo que elas atentam contra a justiça, a paz, ao diálogo e ao desenvolvimento".

Sobre o papel da ONU em questões como a defesa da vida, por exemplo, o monsenhor acredita que o órgão se converteu em uma organização que gera políticas antivida e antifamília. Ele ressaltou a necessidade de reinterpretar os textos dos Tratados Internacionais dos Direitos Humanos. "Sem que os tratados falem, por exemplo, de aborto, os comitês de seguimento dos tratados impõem aos Estados, como se fosse parte dos tratados políticas de aborto", disse.

Para monsenhor Sanahuja, a ONU não deve interferir na redefinição da ética, uma vez que esta tarefa não é sua missão e, se adotada pelo órgão, pode acabar sendo utilizada para outros fins. "Qualquer tentativa de criar uma nova ética internacional da ONU ou de outras organizações internacionais é um abuso de poder, uma maneira para manipular as consciências dos cidadãos", alertou.

Sobre temas polêmicos, como a questão do aborto, eutanásia e homossexualismo, monsenhor Sanahuja acredita que não são questões para serem tratados em âmbito político. "São conceitos que não poderiam estar submetidos a consensos partidários, à política. Infelizmente tem católicos que negociam esses princípios".

Diante dessa realidade, o monsenhor acredita que uma das formas da sociedade poder atuar de forma mais incisiva nos debates sobre a defesa da vida é os pais se associarem e constituírem grupos de pressão, já que, como cidadãos, têm liberdade para isso. "Não é necessário que esperem a convocação, por exemplo, da Igreja, devem fazê-lo porque são cidadãos livres que defendem seus filhos e suas famílias", enfatizou.


Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=286278


domingo, 20 de maio de 2012

RCC DE CARAÚBAS REALIZA IV "CELEBRANDO PENTECOSTES"

                   
 A Paróquia de São Sebastião de Caraúbas e a Renovação Carismática Católica – RCC convida você para participar conosco neste dia 27 de maio de 2012, do IV CELEBRANDO PENTECOSTES, com o Tema: “Derramarei o meu Espírito sobre todo o ser vivo” Joel 3,1. Chegamos mais uma vez a grande festa de Pentecostes e teremos uma enorme satisfação com a sua presença, para vivermos juntos este dia de graça, louvor e agradecimento a Deus pelo o aniversário da nossa Igreja.
Participará do evento a Coordenação Diocesana da RCC de Mossoró.
               Venha receber a força e a plenitude do Espírito Santo.
  Grupo de Oração “Sopro de Vida”
RCC – Caraúbas/RN

PROGRAMAÇÃO

v   8hs - Santa Missa na Igreja Matriz
v   9hs – Louvor  
v   09h30min – Palestra
v   10h30min – Momento de Oração
v   11hs – Adoração ao Santíssimo Sacramento
v   11h30min – Intervalo
v   14hs – Animação e Oração
v   14h30min – Terço da Misericórdia
v   15h15min – Palestra e Oração
v   17hs – Encerrando com louvor.
 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O MELHOR DE SI

 Quando falamos ou ouvimos falar sobre as virtudes, muitas vezes pensamos que se trata de esforços e lutas para sermos melhores. É verdade que sem esforço não é possível exercitá-las; de fato, o próprio Catecismo nos ensina que a pessoa virtuosa tende ao bem, com todas as suas forças sensíveis e espirituais .

Este tema (as virtudes) foi objeto de profundas meditações nas filosofias antigas. Por exemplo, Aristóteles, no livro II da Ética a Nicômaco, elaborou a sua doutrina sobre o mesmo, considerando as virtudes como uma disposição adquirida com o próprio esforço, para fazer o bem, segundo os ditames da razão. Mas é com São Tomás de Aquino que encontramos o ponto de partida e a mais clara orientação deste tema dentro da teologia moral, adquirindo, assim, a clareza que se perdeu nas diversas tradições filosóficas.

Em vários documentos da Igreja vemos a importância das virtudes para uma vida moral reta: em primeiro lugar está a caridade, que “dirige todos os meios de santificação, os informa e leva a seu fim” , assim como as outras virtudes teologais . Também a humildade, a obediência, a fortaleza e a castidade , além das virtudes sociais, tais como: lealdade, justiça, sinceridade, fortaleza . Na Veritatis Splendor, o Beato João Paulo II nos ensina que para poder discernir a vontade de Deus, aquilo que é bom, é necessário o conhecimento da Lei de Deus em geral, mas aquele não é suficiente: é indispensável uma espécie de “conaturalidade” entre o homem e o verdadeiro bem. Esta conaturalidade fundamenta-se e desenvolve-se nos comportamentos virtuosos do mesmo homem: a prudência e as outras virtudes cardeais, e, antes ainda as virtudes teologais da fé, esperança e caridade. Neste sentido, disse Jesus: “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz” (Jo 3,21) .

Na sua etimologia, virtude deriva do grego ἀρετή /aretê, que também expressa o conceito de excelência, no sentido de esforço da realização da própria essência. Podemos, então, compreender que o homem virtuoso é o homem santo, visto que seu fim último é Deus e seu chamado é à santidade. Quando este homem procura, escolhe e pratica o bem, e para isso empenha todas as suas forças sensíveis e espirituais, ele realiza a própria essência e encontra a felicidade.

A vivência das virtudes é, também, a pedra de toque da autenticidade da nossa intimidade com Deus. Elas são como um espelho da nossa espiritualidade. Podemos afirmar que aquilo que experimentamos no “segredo” da oração, torna-se visível através dos nossos atos. Quanto mais autêntica e profunda for a nossa oração, mais virtuosos (santos) e felizes seremos, porque a santidade e a oração têm ambas o mesmo fim.
Quando toca no tema das virtudes, o Catecismo as define como “disposição habitual e firme para fazer o bem” , isso quer dizer que a virtude é criativa e em qualquer situação realizará o bem. É aqui que compreendemos a necessidade da disposição, porque para realizar o bem em qualquer situação, é necessário ter domínio de si, amor pela verdade e, sobretudo, confiança e docilidade ao Espírito Santo, porque é dele que provém toda virtude e é Ele quem nos impulsiona a desejar e fazer o bem.
Dar o melhor de si
Outro aspecto muito importante é que a virtude “permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si” . E quando é que você dá o melhor de si? São João nos dá uma pista: “Amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus” ; também São Paulo, no hino à caridade afirma: “Mesmo que eu fale em línguas, a dos homens e a dos anjos, se me falta o amor, sou um metal que ressoa, um címbalo retumbante (...). Mesmo que distribua todos os bens aos famintos e entregue meu corpo às chamas, se me falta o amor, nada lucro com isso (...). O amor é paciente, o amor é serviçal, não é ciumento, não se incha de orgulho, nada faz de inconveniente, não procura o próprio interesse (...). Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” . Portanto, dar o melhor de si é amar! E amar é buscar em tudo fazer a vontade de Deus.

Ensinando o caminho da virtude, portanto, da santidade e da felicidade, aos filipenses, São Paulo escreveu: “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, tudo o que há de louvável, honroso, virtuoso ou de qualquer modo mereça louvor” .
Quanto à classificação das virtudes, seu desenvolvimento, como crescer na conaturalidade com o bem e quais são os vícios que lhes são contrários, tudo isso veremos nos próximos números desta Revista.
Shalom!

Josefa Alves
Comunidade Católica Shalom

terça-feira, 1 de maio de 2012

POR QUE O CELIBATO DO SACERDOTE?



Jesus Cristo é o verdadeiro sacerdote e foi celibatário; então, a Igreja vê Nele o Modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou claro a sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.” (Mateus 19,12)
Nisto Cristo está dizendo que os sacerdotes devem assumir o celibato, como Ele o fez, “por amor ao Reino de Deus”. O  sacerdote deve ficar livre dos pesados encargos de manter uma família, educar filhos, trabalhar para manter o lar; podendo assim dedicar-se totalmente ao Reino de Deus. É por isso que desde o ano 306, no Concilio de Elvira, na Espanha, o celibato se estendeu por todo o Ocidente, ate´ que em 1123 o Concílio universal de Latrão I o tornou obrigatório.
É preciso dizer que a Igreja não impõe a celibato a ninguém; ele deve ser assumido livremente, e com alegria, por aqueles que têm essa vocação especial de entregar-se totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. É uma graça especial que Deus concede aos chamados ao sacerdócio e à vida religiosa. Assim, o celibato é um sinal claro da verdadeira vocação sacerdotal.
No inicio do Cristianismo a grandeza do celibato sacerdotal ainda não era possível; por isso São Paulo escreve a Timóteo, que S. Paulo colocou como bispo de Éfeso, dizendo: “O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher” (1Tm 3, 2). Estaria, por isto, o padre hoje obrigado a casar-se? Não. O Apóstolo tinha em vista uma comunidade situada em Éfeso cujos membros se converteram em idade adulta, com muitos já casados. Dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados). Já no ano 56, São Paulo, que optou pelo celibato,  escrevia aos fiéis de Corinto (1Cor 7,25-35) enfatizando o valor do celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem”. (1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. O Apóstolo se refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos filhos…). E Paulo enfatiza:
“Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a  virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido”. “Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda” (1Cor 7, 38). A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.
O último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, confirmou o celibato e o Papa Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal, “Sacramentum Caritatis”, de 22 fev 2007. Disse o Papa:
“Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo… é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem no celibato (…) Com efeito, nesta opção do sacerdote encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito. Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Antes de mais, semelhante opção é esponsal: a identificação com o coração de Cristo Esposo que dá a vida pela sua Esposa. Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices  meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade.”(n.24)  O Mahatma Ghandi, hindu, tinha grande apreço pelo celibato. Ele disse:   “Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto… “Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa”. (Tomás Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed.  Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974)
Alguns querem culpar o celibato pelos erros de uma minoria de padres que se desviam do caminho de Deus. A queda desses padres no pecado não é por culpa do celibato, e sim por falta de vocação, oração, zelo apostólico, mortificação, etc; tanto assim que a maioria vive na castidade e por uma longa vida. Quantos e quantos padres e bispos vivendo em paz e já com seus cabelos brancos!
O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes. Não nos iludamos, casados, eles teriam todos os problemas que os leigos têm, quando se casam. O primeiro é encontrar, antes do diaconato, uma mulher cristã exemplar que aceite as muitas limitações que qualquer sacerdote tem em seu ministério. Essa mulher e mãe teria de ficar muito tempo sozinha com os filhos. Depois, os padres casados teriam de trabalhar e ter uma profissão, como os pastores protestantes, para manter a família. Quantos filhos teria? Certamente não todos que talvez desejasse. Teria certamente que fazer o controle da natalidade pelo método natural Billings, que exige disciplina. A esposa aceitaria isso?
Além disso, podemos imaginar como seria nocivo para a Igreja e para os fiéis o contra-testemunho de um padre que por ventura se tornasse infiel à esposa e mãe dos seus filhos! Mais ainda, na vida conjugal não há segredos entre marido e mulher. Será que os fiéis teriam a necessária confiança no absoluto sigilo das confissões e aconselhamentos com o padre casado?  Você já pensou se um dos filhos do padre entrasse pelos descaminhos da violência, da bebedeira, das drogas e do sexo prematuro, com o possível engravidamento da namorada?
Tudo isso, mas principalmente a sua conformação a Jesus Cristo, dedicado total e exclusivamente ao Reino de Deus, valoriza o celibato sacerdotal.

Prof. Felipe Aquino

FONTE: SHALOM FORMAÇÕES