Quando você corta uma árvore livra-se de mosquitos, vermes, répteis e aves incomodas, mas perde seus frutos, seu perfume, sua umidade, suas flores, sua sombra, o canto dos pássaros, a vida ao redor, e a chance de mais saúde. Se aprendemos a trabalhar com tantos humanos e vizinhos problemáticos, então porque não aprendemos a viver a dez metros de uma árvore?
Hoje, em grande número de igrejas ensina-se, como parte da teologia moral, o respeito pela vida, seja ela humana, vegetal ou animal. Quem crê em Deus terá que respeitar a obra dele. Não somos a única obra de Deus. Até mesmo a contenção de uma encosta, a invasão de um mangue precisam ser seriamente considerados dentro do projeto da criação, porque esta e aquela obra podem significar mortes de espécies que contribuíam para o equilíbrio do sistema. Enfermidades do futuro podem estar ocultas na invasão de hoje. Também é verdade que a saúde no futuro pode depender de como respeitarmos as águas e o verde de agora.
É impensável ensinar catequese hoje e diplomar-se em teologia sem o respeito à vida. E é bom que se repita que respeitar a vida supõe respeitar o meio ambiente. É crime e é pecado grave afetar um eco-sistema, secar uma fonte, derrubar árvores sem o cuidado do replantio, encher um morro de casas sem a devida sustentação do solo, cavar túneis sem o cuidado de sustentar o chão, poluir rios e praias, expor pessoas às doenças do seu cão que defecou na praia.Tudo isso vai contra a vida dos outros. Um simples vaso com água, por conta do mosquito da dengue pode matar a menina dos seus vizinhos.
Cabe ao cristão pensar duas ou cem vezes, antes de lidar com situações que possam mais cedo ou mais tarde levar os outros à enfermidade ou à morte. Os cidadãos que desrespeitaram as leis, deixando de manter as matas ciliares, prejudicaram as águas de mais de 40 cidades. Se sabiam dos riscos futuros, pecaram gravemente. Pelo lucro obtido com alguns quilômetros quadrados a mais de colheita, tornaram a vida mais cara para todos os municípios: a água chegou menos pura. Não eram crianças! Sabiam do perigo!
Crer em Deus e crer na Palavra de Jesus supõe hoje, mais do que nunca, preservar a vida. Por isso, entre nós, teologia precisa rimar com ecologia. Que os bisnetos de amanhã possam olhar para o rio limpo e ver peixes, olhar para as montanhas e ver árvores e flores. Se nossos avós não fizeram, façamos nós! Plantemos, nem que seja apenas um pequeno arbusto num vaso. Será pedagógico e reparador!
Pe. Zezinho, SCJ.
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