As Igrejas perderam poder e relevância. Algumas delas, num heróico e, às vezes, atrevido e desesperado esforço de marketing da fé tentam arrebanhar multidões, não importa se os métodos são éticos para conseguir relevância.
Mas teria Jesus perdido a importância e a relevância? No curto espaço de setenta anos o mundo se viu ameaçado pela catástrofe nuclear; vale dizer extinção, a começar das bombas em Hiroshima e Nagasaki e as milhares de outras estocadas hoje em países perigosamente instáveis.
A apressada sociedade de consumo derrotou a bem mais lenta sociedade ecológica. Sujam-se e poluem-se os mares, os ares, o solo, o subsolo. Exaurem-se os recursos com tamanha velocidade que já não se imagina a Terra capaz de se recuperar. Corridas armamentistas, financeiras, fiscais e o dinheiro e migrar como barata desestabilizam até as mais fortes economias. Os preços sobem e, enquanto os ricos precisam de cada vez mais dinheiro para manter suas conquistas e seu conforto, os pobres se vêem cada dia mais impotentes diante do custo de vida. No Brasil um pobre que telefona em maio para uma consulta gratuita junto a um órgão do estado tem vaga para outubro; mas, se puder pagar 160 reais por uma endoscopia, tem vaga na manhã seguinte.
O essencial está cada dia mais caro. A tecnologia gerou a tecnocracia. A tecnocracia que poderia administrar a tecnologia em favor da ecologia e da vida optou pela fórmula suicida; subjugou a natureza de tal forma que esta já não se recompõe na velocidade suficiente com que é ferida. A tecnologia, hoje, mais tira e extrai do que repõe; isto por culpa de uma tecnocracia consumista e imediatista que se rege pelo lucro agora já.
Jesus deixa de ser relevante numa sociedade que não aprendeu a preservar a vida. Ele soa como inimigo do progresso consumista. Jesus propõe pobreza e frugalidade! E o capitalismo não vive sem consumismo!
Pe. Zezinho, SCJ.
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